quarta-feira, 23 de julho de 2008

Grandes Jogadores - Defesas laterais do passado

Melhor Português

João Pinto

Para mim este foi o melhor lateral Português que vi jogar em toda a minha vida. Embora não fosse nenhum superdotado de técnica era um poço de força, inteligência de jogo, raça e vontade de triunfar… um verdadeiro jogador à Porto como se costuma dizer pelos lados do dragão. Foi o grande capitão azul e branco e o eterno numero 2.

João Pinto, nasceu em Vila nova de Gaia no ano de 1961. Este lateral direito de alta qualidade começou ainda miúdo aquela que seria uma longa e brilhante carreira recheada de sucesso. Pouco depois dos 12 anos o jovem João começou a dar os primeiros toques na bola ao serviço do Clube de Futebol Oliveira do Douro. João Pinto, portista de coração entrou 2 anos mais tarde para o Porto nos escalões de formação e não mais saiu do clube até terminar carreira, sendo que agora, posta de lado a carreira como futebolista desempenha o cargo de adjunto do plantel principal, depois de já ter sido também observador do clube e treinador da equipa de juniores A.

João Pinto, após fazer a sua formação nas escolas do Porto, cumpre a sua primeira temporada como sénior do clube no ano de 1981 (20 anos) e uma época depois já era titular indiscutível da equipa orientada por José Maria Pedroto. Durante toda a sua carreira ao serviço dos azuis e brancos (nunca vestiu a camisola de outro clube) João Pinto passou grande parte do tempo como peça fulcral do 11 e do balneário e foi durante anos a fio o capitão do dragão. Este foi o primeiro capitão Portista a levantar uma Taça dos Campeões Europeus (1986/87) e em seguida uma Supertaça Europeia e uma Taça Intercontinental.
O eterno capitão portista fez mais de 400 jogos de dragão ao peito e só no final da época de 1996/97 é que decidiu, aos 36 anos, pôr um ponto final à sua carreira de jogador entregando a braçadeira de capitão, que há muito usava, ao seu sucessor Jorge Costa (também ele número 2 e capitão).
Durante os muitos anos que passou no Porto João Pinto venceu mais de 20 titulos. 9 Campeonatos Nacionais de futebol, 8 Supertaças de Portugal, 4 Taças de Portugal, 1 Taça dos Campeões Europeus, 1 Supertaça Europeia e 1 Taça Intercontinental.

Na selecção, o lateral foi sempre escolha assídua nas camadas jovens chegando em 1983 (22 anos) a selecção principal de Portugal num jogo contra a França. Durante a sua carreira fez cerca de 70 jogos oficiais pela equipa das quinas participando em 2 grandes competições, o Euro84 e o Mundial86 (foi suplente devido a lesão). O lateral que também capitaneou a selecção por várias vezes é um dos jogadores mais internacionais de sempre do nosso futebol.

Após por de parte a carreira de futebolista João Pinto aceitou o desafio de treinar a equipa júnior do Porto da época de 1997/98, ficando 7 anos a comandar os futuros craques do dragão. Depois desta sua passagem pelo banco dos juniores o ex-capitão passou a trabalhar com o plantel de sénior ocupando um cargo de observador (2004/05). No ano de 2006/07 João Pinto passa a exercer o cargo de treinador adjunto juntamente com Rui Barros (outra glória da casa) e mantém-se nessa função até hoje, sendo um dos treinadores adjuntos de Jesualdo Ferreira. Ao longo da sua carreira como treinador o ex-capitao portista conquistou já 2 Campeonatos Nacionais de Juniores (1997/98 e 2000/2001), 1 Campeonato Distrital de Juniores (1997/98), 1 Campeonato Nacional de Futebol (2006/07 como adjunto de jesualdo ferreira) e 1 Supertaça Cândido Oliveira (2006 como adjunto do então treinador interino Rui Barros).

A carreira e valores deste grande homem e deste grande jogador fazem dele uma das maiores figuras de sempre do futebol nacional e justo merecedor deste destaque como melhor lateral Português do passado.


Melhor estrangeiro em Portugal

Branco

Conhecido no mundo do futebol como Branco, este Brasileiro que dá pelo nome de Cláudio Ibraim Vaz Leal, nasceu em Bagé, Brasil, a 1964. O jogador que todos conheceram como um lateral rápido, explosivo, forte na marcação, irrepreensível nos livres directos e dono de um autêntico “pé canhão” , começou a jogar futebol nas escolas do Guarani de Bagé passando mais tarde pelo Internacional. Após a formação feita nestes dois clubes, Branco assina o seu primeiro contrato profissional com o Fluminense em 1982 quando tinha apenas 18 anos. No clube carioca Branco viveu 4 épocas de imenso sucesso, conquistando um tri Campeonato Carioca e um Campeonato Brasileiro e sendo um dos elementos mais importantes da equipa a par de jogadores como Ricardo gomes (ex-jogador do SL Benfica). Após ter dado nas vistas com as cores do “Flu” o lateral recebeu a sua primeira proposta de viajar para a Europa, proposta essa que aceitou. Destino? Itália e o mediano Brescia onde alinhou durante 2 anos em bom nível.
Em 1989 o Porto decide contratar aquele que já era o lateral esquerdo da "Canarinha" e foi no clube Português que Branco viveu duas das suas melhores épocas sendo lateral titularissimo dos Portistas e vencendo um Campeonato e uma Taça de Portugal. Em 1991 Branco acaba por abandonar o clube Português e regressar a Itália desta vez para jogar no Génova onde esteve também por duas épocas. A partir de 1993 (29 anos) começa-se a sentir o declínio da carreira de Branco que conhece 9 clubes em 5 anos, Grémio (1993), Fluminense (1994), Corinthias (1994), Flamengo (1995), Internacional (1995), Middlesbrough (1996), NY MetroStar (1997), Mogi Mirim (1997) e o Fluminense (1998). Foi precisamente no clube onde começou como profissional que decidiu acabar a sua longa carreira em 1998 com 34 anos e 16 anos depois de começar a jogar como profissional.

Branco foi um dos maiores laterais de sempre a jogar pela Selecção Brasileira na qual se estreou em 1985 (21 anos). Jogou pela selecção "Canarinha" durante 10 anos, tendo participado em mais de 70 jogos oficiais e estando presente em 3 Campeonatos do Mundo, 1986 (México), 1990 (Itália) onde viveu o caricato caso da água contamidada que os Argentinos lhe ofereceram, e em 1994 (EUA) onde foi uma da peças chave do Brasil campeão, marcando o golo que eliminou a Holanda e apurou o Brasil para a final que viria a vencer.

Ao longo da sua carreira Branco conquistou 3 Campeonatos Cariocas (1983, 1984, 1985), 2 Tacas Guanabara (1983 e 1985), 1 Campeonato Brasileiro (1984), 1 Campeonato Português (1989/90), 1 Taça de Portugal (1989/90), 1 Taça América (1989) e 1 Campeonato do Mundo (1994).

Apos desistir de jogar futebol Branco dedicou-se ao cargo de coordenador das divisões de base da Federação Brasileira de Futebol, tornando-se em 2006 coordenador técnico do Fluminense.


Melhor estrangeiro

Reiziger

Esta não foi uma escolha nada fácil e certamente também não será uma escolha muito consensual mas este Holandês de cara feia foi dos laterais que sempre me impressionou e daqueles que eu sempre torci para que um dia viessem jogar no meu clube. Infelizmente nunca aconteceu.

Michael John Reiziger, lateral direito de uma força e pulmão sem fim, nasceu em 1973 na Holanda. Conhecido apenas como Reiziger no mundo do futebol, o lateral começou a sua carreira, tal como muitas outras estrelas Holandesas nas escolas de formação so Ajax… este foi mais um dos seus brilhantes produtos. Após ter feito toda a formação no clube de Amesterdão, assina em 1990 (17 anos) o seu primeiro contrato profissional com esse mesmo clube. Nos primeiros 3 anos a situação de Reiziger era de aprendizagem e fez apenas 20 jogos pela equipa principal onde jogadores como Frank de Boer e Danny Blind davam cartas. Após 3 anos de aprendizagem no Ajax foi altura de oferecer ao jogador tempo de competição e adaptação à dura liga Holandesa, decidindo-se o clube pelo seu empréstimo ao FC Volendam (1993) e depois ao FC Groningen (1994) onde Reiziger brilhou numa época em cheio na qual fez 34 jogos oficiais e marcou 6 golos. Após os 2 anos de empréstimo percebeu-se que o jogador estava no ponto ideal para ser lançado na equipa A do Ajax bem a tempo de fazer parte da equipa Campeã da Europa de 1995 pelas mãos do famoso Van Gaal. Com uma excelente época realizada pelo ainda jovem lateral e com a visibilidade de uma vitória na Champions League, as propostas começaram a chegar à Holanda e foi impossível ao Ajax segurar o jogador que assim assina pelo Milan no inicio da época 1996/97 com 23 anos. Contudo a passagem pelo Milan não foi feliz e Reiziger realizou apenas 10 jogos oficias durante a época o que era muito pouco para a sua ambição. Assim sendo o lateral decidiu viajar novamente e desta vez com destino á Catalunha e ao clube onde conseguiu ser mais feliz, o Barcelona. No inicio na época de 1997 o Barcelona de Bobby Robson , substituído meses mais tarde por Van Gaal, contrata o promissor lateral Holandês Reiziger. Em Barcelona Reiziger jogou ao lado de grandes nomes do futebol Mundial como Rivaldo e Stoitchkov ou Kluivert e ao lado dos Portugueses Baía, Fernando Couto , figo e Simão e no clube catalão o Holandês mostrou todas as suas qualidades e tornou-se também ele um dos grandes nomes do futebol Mundial. Ao todo viveu um casamento de 7 anos com o Barcelona, ao longo dos quais vestiu a camisola “blaugrana” por 173 vezes. Ao fim desses 7 anos ao mais alto nível o jogador Holandês agora com 31 anos volta a mudar de clube assinando pelo Middlesbrough onde jogou apenas 1 temporada voltando de seguida ao seu país natal para acabar a carreira no PSV onde alinhou por 2 temporadas (2005/06 e 2006/07). Assim, com 34 anos e muitos jogos nas pernas Reiziger decide por um ponto final na sua carreira.

Reiziger estreou-se na selecção principal do seu país em 1994 (21 anos) num jogo frente á Noruega. Ao todo jogou pela Holanda mais de 70 partidas oficiais e participou em 3 campeonatos da Europa (1996, 2000 e 20004) e 1 campeonato do Mundo (1998).

Em toda a sua carreira Reiziger venceu 4 Campeonato Holandeses (1994/95, 1995/96, 2005/06 e 2006/07), 1 Taça Holandesa (1993) 2 Johan Cruijff Shield (1994 e 1995), 1 Taça Uefa (1992), 1 Liga dos Campeões Europeus (1995), 1 Supertaça Europeia (1995), 1 Taça Intercontinental (1995), 2 Ligas Espanholas (1998 e 1999), 1 Taça do Rei (1998), 1 Supertaça Europeia (1998)



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